segunda-feira, 2 de setembro de 2019

APÓS FICAR PRESO POR 4 ANOS, POÇOVERDENSE É ABSOLVIDO EM PROCESSO DE MORTE DE EX PROCURADOR.



Por: Gabriel Oliveira (O papa-léguas da Noticia)


O procurador aposentado e ex-delegado de polícia civil Antonio Melo de Araújo foi morto por atropelamento no dia 6 de abril de 2014.


Em julgamento encerrado nesta sexta-feira, a viúva Anoilza Santos Gama Melo de Araújo foi condenada por ser a mandante do crime a 31 anos e oito meses de reclusão.


Anoilza foi presa em agosto de 2014.          
                           

Foram absolvidos Gabriel Nogueira de Oliveira e o pai dele, Manoel Nogueira Neto.


A Sentença foi lida pelo juiz Alício de Oliveira Rocha, que presidiu a sessão do 1º Tribunal do Júri, às 21h desta sexta-feira, 30.


Nosso site entrou em contato com Dr Francisco Carlos de Moura. o advogado de Gabriel, tal qual relatou sobre o caso:

“Em 06 de abril de 2014 houve um atropelamento próximo ao Sítio Terêncio, na região do Mosqueiro. A vítima era ex delegado de polícia e procurador de justiça aposentado. A partir de denúncias anônimas, a polícia teve informes de que teria sido, na verdade, uma simulação de acidente e, portanto, um crime premeditado. As principais provas foram acostadas ao Inquérito. Ocorre que, no momento em que se passou a investigar como homicídio doloso, o IP deveria ter sido encaminhado para a Delegacia de Homicídios, o que não aconteceu, ficando a cargo da Delegacia de Delitos de Trânsito. O problema é que, como ficou claro diante das declarações da própria delegada, a Polícia Civil de Sergipe não tem sequer peritos para coletar os mínimos indícios, menos ainda uma delegacia não especializada. E foi a partir daí que uma série de equívocos foram cometidos e linhas de investigação possíveis deixaram de ser apurados.

Diante desse quadro, a polícia apontou Gabriel como partícipe interessado por ser genro de Anoílza, marido de sua filha e possível amante da acusada de ser a mandante do crime. Essa versão chegou à imprensa e até depois do julgamento continua ser propagada. Gabriel nunca foi genro de Anoilza e nem sequer conhece sua filha. A prova cabal da polícia foi uma conversa gravada 40 dias depois do fato, onde ambos falavam sobre o dinheiro de uma bolsa e de um celular que a viúva iria vender para a mulher de Gabriel. Esta conhecia a acusada por terem sido colegas de trabalho. Para a polícia, o dinheiro (mil reais) seria pagamento aos "assassinos" e a conversa foi considerada "suspeita". Importa dizer que foram feitas escutas por mais de setenta dias e a única conversa "suspeita" teria sido essa...

A polícia decidiu então que Gabriel estaria envolvido e centrou as investigações em cima dele, desviando a atenção de vizinhos que tinham rixa com o procurador, a ponto de ameaça-lo de arma em punho, e do verdadeiro amante de Anoilza, por quem ela estava apaixonada e era quem mais tinha a ganhar, já que ambos planejavam se casar.

A certeza, para a Polícia, de que havia o envolvimento de Gabriel, é bem ilustrada pelo fato de que policiais fizeram diligências em Poço Verde, terra natal de Gabriel, Lagarto, onde viviam irmãos dele, e cidades próximas, na busca de provas de sua participação. No entanto, não obtiveram absolutamente nada. A certeza da polícia levou esta a deixar de diligenciar em cidades as quais os executores poderiam ter se dirigido. Nem mesmo buscas nos arredores da Rodoviária foram realizadas, pois os dois supostos executores poderiam ser moradores daquela região, onde desembarcaram de um táxi que acessaram a cerca de 3 km do local do fato.
Considere ainda que a polícia não conseguiu coletar nenhuma prova de que os rapazes do táxi seriam os mesmos ocupantes do veículo usado no atropelamento. Diante de uma absoluta série de Nadas e nenhuma prova, foi pedida a prisão de Gabriel e deferida sem nenhum lastro pela Juíza da época à frente da 5a Vara Criminal. Gabriel foi preso em 11  Agosto 2014 e solto em Agosto 2018, três meses depois que o Dr Francisco Carlos assumiu sua defesa.
Gabriel ficou quatro anos preso injustamente, sem nenhum lastro jurídico. Deixou de ingressar na Polícia Militar, em concurso para o qual havia sido aprovado. Seu filho, à época com 5 anos foi privado do pai...
Após um desgastante juri, por três dias, 14 horas por dia, saiu o veredito: inocente de todas as acusações!

Mas pode-se dizer que justiça foi feita?

Como o Estado vai devolver quatro anos em que Gabriel ficou preso?

E os quatro anos que seu filho ficou sem o pai?

E seu sonho frustrado de ser policial militar, instituição para a qual já fora aprovado?

E a imprensa televisiva, quando vai corrigir as informações erradas que veiculou dando a impressão que Gabriel seria beneficiado com o ocorrido?

Gabriel Merece retomar a sua vida, seguir em frente. E espera que erros como esses sejam absorvidos pelos atores sociais (polícia, imprensa) como aprendizado, para que outros cidadãos de bem não sofram tamanha injustiça e que lhes ceifem anos de liberdade, a troco de nada.” (Dr.Francisco)

Finalizo, agradecendo ao diretor desse site Gabriel Oliveira, por ter disponibilizado o espaço para que pudéssemos esclarecer as verdades sobre o caso.

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