Por: Gabriel Oliveira (O papa-léguas
da Noticia)
O procurador aposentado
e ex-delegado de polícia civil Antonio Melo de Araújo foi morto por
atropelamento no dia 6 de abril de 2014.
Em julgamento encerrado
nesta sexta-feira, a viúva Anoilza Santos Gama Melo de Araújo foi condenada por
ser a mandante do crime a 31 anos e oito meses de reclusão.
Anoilza foi presa em
agosto de 2014.
Foram absolvidos Gabriel
Nogueira de Oliveira e o pai dele, Manoel Nogueira Neto.
A Sentença foi lida pelo
juiz Alício de Oliveira Rocha, que presidiu a sessão do 1º Tribunal do Júri, às
21h desta sexta-feira, 30.
Nosso site entrou em
contato com Dr Francisco Carlos de Moura. o advogado de Gabriel, tal qual
relatou sobre o caso:
“Em 06 de
abril de 2014 houve um atropelamento próximo ao Sítio Terêncio, na região do
Mosqueiro. A vítima era ex delegado de polícia e procurador de justiça aposentado.
A partir de denúncias anônimas, a polícia teve informes de que teria sido, na
verdade, uma simulação de acidente e, portanto, um crime premeditado. As
principais provas foram acostadas ao Inquérito. Ocorre que, no momento em que
se passou a investigar como homicídio doloso, o IP deveria ter sido encaminhado
para a Delegacia de Homicídios, o que não aconteceu, ficando a cargo da
Delegacia de Delitos de Trânsito. O problema é que, como ficou claro diante das
declarações da própria delegada, a Polícia Civil de Sergipe não tem sequer
peritos para coletar os mínimos indícios, menos ainda uma delegacia não
especializada. E foi a partir daí que uma série de equívocos foram cometidos e
linhas de investigação possíveis deixaram de ser apurados.
Diante
desse quadro, a polícia apontou Gabriel como partícipe interessado por ser
genro de Anoílza, marido de sua filha e possível amante da acusada de ser a
mandante do crime. Essa versão chegou à imprensa e até depois do julgamento
continua ser propagada. Gabriel nunca foi genro de Anoilza e nem sequer conhece
sua filha. A prova cabal da polícia foi uma conversa gravada 40 dias depois do
fato, onde ambos falavam sobre o dinheiro de uma bolsa e de um celular que a
viúva iria vender para a mulher de Gabriel. Esta conhecia a acusada por terem
sido colegas de trabalho. Para a polícia, o dinheiro (mil reais) seria
pagamento aos "assassinos" e a conversa foi considerada
"suspeita". Importa dizer que foram feitas escutas por mais de
setenta dias e a única conversa "suspeita" teria sido essa...
A
polícia decidiu então que Gabriel estaria envolvido e centrou as investigações
em cima dele, desviando a atenção de vizinhos que tinham rixa com o procurador,
a ponto de ameaça-lo de arma em punho, e do verdadeiro amante de Anoilza, por
quem ela estava apaixonada e era quem mais tinha a ganhar, já que ambos
planejavam se casar.
A
certeza, para a Polícia, de que havia o envolvimento de Gabriel, é bem
ilustrada pelo fato de que policiais fizeram diligências em Poço Verde, terra
natal de Gabriel, Lagarto, onde viviam irmãos dele, e cidades próximas, na
busca de provas de sua participação. No entanto, não obtiveram absolutamente
nada. A certeza da polícia levou esta a deixar de diligenciar em cidades as
quais os executores poderiam ter se dirigido. Nem mesmo buscas nos arredores da
Rodoviária foram realizadas, pois os dois supostos executores poderiam ser
moradores daquela região, onde desembarcaram de um táxi que acessaram a cerca
de 3 km do local do fato.
Considere
ainda que a polícia não conseguiu coletar nenhuma prova de que os rapazes do
táxi seriam os mesmos ocupantes do veículo usado no atropelamento. Diante de
uma absoluta série de Nadas e nenhuma prova, foi pedida a prisão de Gabriel e
deferida sem nenhum lastro pela Juíza da época à frente da 5a Vara Criminal. Gabriel
foi preso em 11 Agosto 2014 e solto em Agosto
2018, três meses depois que o Dr Francisco Carlos assumiu sua defesa.
Gabriel
ficou quatro anos preso injustamente, sem nenhum lastro jurídico. Deixou de
ingressar na Polícia Militar, em concurso para o qual havia sido aprovado. Seu
filho, à época com 5 anos foi privado do pai...
Após
um desgastante juri, por três dias, 14 horas por dia, saiu o veredito: inocente
de todas as acusações!
Mas
pode-se dizer que justiça foi feita?
Como
o Estado vai devolver quatro anos em que Gabriel ficou preso?
E
os quatro anos que seu filho ficou sem o pai?
E
seu sonho frustrado de ser policial militar, instituição para a qual já fora
aprovado?
E
a imprensa televisiva, quando vai corrigir as informações erradas que veiculou
dando a impressão que Gabriel seria beneficiado com o ocorrido?
Gabriel
Merece retomar a sua vida, seguir em frente. E espera que erros como esses
sejam absorvidos pelos atores sociais (polícia, imprensa) como aprendizado,
para que outros cidadãos de bem não sofram tamanha injustiça e que lhes ceifem
anos de liberdade, a troco de nada.” (Dr.Francisco)
Finalizo,
agradecendo ao diretor desse site Gabriel Oliveira, por ter disponibilizado o
espaço para que pudéssemos esclarecer as verdades sobre o caso.
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